quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Anoitece na Graça

Anoitece na Graça.

As estrelas visíveis esboçam todo o teu perfil.

Contrasta-se a realidade daquilo que sinto e faço.

Funde-se o norte magnético com os teus gémeos de aço.

Sinto-o pelo nariz...

Um aroma intenso que me retém incompleto e suspenso,

E o abraço inacabado revela-me alheio e tenso…


4 comentários:

Anónimo disse...

... e assim se permanece... numa inconstância de referências nebulosas, mas reais...

Anónimo disse...

Anoitece na graça, como anoitece mundo fora. Haverá situação mais comum que o anoitecer, o terminar do dia, o escurecer da alma, a metafisica iniciando caminho só nas trevas, o entrever dos sonhos e o medo da morte, a morte eterna, a eterna questão de quando? Apenas o amanhecer. O amanhecer é tão frequente quanto o anoitecer, e para mais, por muito que o bréu da noite apele ao suicidio não poderemos esquecer que da noite eterna só o dia irremediavelmente se atingiria.

SSP disse...

The mysterious production of Eggs é bom com certeza, agora explorar o noble beast é o objectivo =).Agradeço a visita, tens um bom espaço e a foto de perfil está excelente

=)

boy george disse...

Bem, o prometido é devido, como tal, ainda que tenhas presumido que me fosse olvidar, aqui fica documentada a minha visita ao teu blogue com uma das letras que melhor descreve um estado de espírito que, não raras vezes me assola, aliás, diria mesmo que goza de contornos teimosamente perenes, povoando o meu imaginário, toldando-me as emoções, induzindo-me a abismos... e quando tudo o que nos rodeia é implacavelmente efémero...

"Inquietação"

A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho

Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda

José Mário Branco